segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Encontros

Em um mundo tão grande como o nosso, tenho certeza de que as pessoas não se aproximam por acaso. Pessoas totalmente diferentes e pessoas com afinidades inexplicáveis, se aproximam por quê? Talvez porque este ser que conhecemos tenha nos despertado algo que nós mesmo não conhecíamos, talvez porque encontramos no outro características que temos em nós, ou mesmo por razões indecifráveis. O que sei é que os encontros são cada vez mais raros. Cada vez mais nos isolamos em nossas próprias cavernas e ficamos mais reservados. Neste mundo de atrocidades acontecendo a qualquer hora, amizade, amor, solidariedade começam a ser mais e mais raros. O mais seguro mesmo é cada um viver pra si e pros seus. Conviver começa a ser perigoso ou dá trabalho. Ficamos, assim, individualistas.
Que lástima do nosso tempo! Não tem nada que se compare a um verdadeiro encontro. Como bem disse Vinícius de Moraes, "
A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". Não existe nada mais pleno do que um bom encontro. Um simples olhar empático, uma mão carinhosa, uma palavra amiga... Um encontro de almas, de pessoas que se aceitam, que falam a mesma língua, possuem subjetividades semelhantes, que se admiram e se reconhecem. Lembro de uma frase de Fritz Perls, que dizia:

"Eu não estou neste mundo para viver as suas expectativas. E você não está neste mundo para viver as minhas. Você é você, e eu sou eu, e se, por acaso, nós nos encontrarmos, será lindo. Se não, nada se pode fazer "

Depois da fala desse autor, não tenho nada mais a declarar. Pode ser que nos encontremos, mas se não, se for pra ser um encontro de faz-de-conta hipócrita e cínico, onde fingimos de ser o que não somos, deixa assim, melhor ficar cada um no seu canto mesmo. Melhor mesmo é preservar os pouquíssimos amigos que já encontrei e os encontros verdadeiros e raros que já passaram pela minha vida.