É... como diz essa velha música, mais um ano que dizemos adeus e com esta despedida do que passou temos a esperança de um novo ano, com novos dias felizes e alegres... Eu, pessoalmente, gosto de rituais de passagem, acho que devemos sim celebrar as datas e viver esta energia que ronda o mundo. Sei que muitas pessoas acham tudo isso uma grande bobagem, alegam estarmos presos ao calendário e acham melhor fugir e viver naturalmente, como se nada estivesse acontecendo. Normal, cada um encara de um jeito. Mas meu jeito é esse, gosto de comemorações, mesmo sem participar de grandes festividades, mesmo sem ver aos fogos na praia, mesmo sem ir a nenhum reveillon chique por aí. Vou comemorar comigo mesma, na minha casa, com a minha pequena família. Talvez não brindemos, talvez não comamos peru, mas em algum momento dessa virada quero estar um minutinho que seja a sós e agradecer à vida por estar viva, por ter vivido um ano maravilhoso e por ter a dádiva de começar um ano do zero, preenchendo ele com meus sonhos e a simplicidade do cotidiano. Na meia noite do dia 31, vou estar com essa esperança no ar e tentar tirar proveito dela. Um ciclo termina e outro recomeça. E nisso o tempo segue, sem cessar. Fico feliz de estar aqui, de fazer parte, de assistir e participar desta temporalidade. Mais um ano comemoramos de existência e tudo o que queremos é ser feliz no próximo ano. Portanto, este ano não vou fazer promessas: não vou fazer dieta e nem vou pensar em coisas que sei que não vou cumprí-las. Mas terei sim um compromisso comigo mesma - o compromisso de tentar ser alguém melhor, congruente com tudo que eu acredito e aproveitar os presentes que a vida me trouxer ao invés de lamentar pelos que ela não puder me dar. Tentarei, então, ter um ano feliz.
Presenteio meus amigos do blog com as lindas palavras de Drummond e desejo que todos possam seguir seus caminhos levando consigo o constante compromisso com a felicidade.
Receita de Ano Novo
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Lindo, Letícia!
ResponderExcluirQue nesse ano - e nos que ainda estão por vir -, nós possamos "agradecer à vida por..." estarmos vivos, e vivê-la cada vez mais intensamente.
Cheguei um pouco atrasado, mas acho que ainda em tempo de, também, desejar que tenhas um ano repleto de muita saúde, felicidade e consquistas. Sucesso!
Um beijo,
Jefferson.