quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Mais um ano

Adeus ano velho, feliz ano novo...
É... como diz essa velha música, mais um ano que dizemos adeus e com esta despedida do que passou temos a esperança de um novo ano, com novos dias felizes e alegres... Eu, pessoalmente, gosto de rituais de passagem, acho que devemos sim celebrar as datas e viver esta energia que ronda o mundo. Sei que muitas pessoas acham tudo isso uma grande bobagem, alegam estarmos presos ao calendário e acham melhor fugir e viver naturalmente, como se nada estivesse acontecendo. Normal, cada um encara de um jeito. Mas meu jeito é esse, gosto de comemorações, mesmo sem participar de grandes festividades, mesmo sem ver aos fogos na praia, mesmo sem ir a nenhum reveillon chique por aí. Vou comemorar comigo mesma, na minha casa, com a minha pequena família. Talvez não brindemos, talvez não comamos peru, mas em algum momento dessa virada quero estar um minutinho que seja a sós e agradecer à vida por estar viva, por ter vivido um ano maravilhoso e por ter a dádiva de começar um ano do zero, preenchendo ele com meus sonhos e a simplicidade do cotidiano. Na meia noite do dia 31, vou estar com essa esperança no ar e tentar tirar proveito dela. Um ciclo termina e outro recomeça. E nisso o tempo segue, sem cessar. Fico feliz de estar aqui, de fazer parte, de assistir e participar desta temporalidade. Mais um ano comemoramos de existência e tudo o que queremos é ser feliz no próximo ano. Portanto, este ano não vou fazer promessas: não vou fazer dieta e nem vou pensar em coisas que sei que não vou cumprí-las. Mas terei sim um compromisso comigo mesma - o compromisso de tentar ser alguém melhor, congruente com tudo que eu acredito e aproveitar os presentes que a vida me trouxer ao invés de lamentar pelos que ela não puder me dar. Tentarei, então, ter um ano feliz.


Presenteio meus amigos do blog com as lindas palavras de Drummond e desejo que todos possam seguir seus caminhos levando consigo o constante compromisso com a felicidade.

Receita de Ano Novo

Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Felicidade


Estou muito feliz! Eufórica também! Sabe quando a gente luta, luta por algo e enfim realiza? É assim que estou neste momento! Feliz e realizada! Acabei de ser aprovada para ingressar em um curso de mestrado, pelo qual muito lutei e batalhei... Daí, estou com uma sensação tão boa, de que todos os meus estudos, todas as minhas caminhadas, tudo isso valeu a pena! Queria perpetuar este instante, apesar de saber que ele tem seu prazo de validade. Mas felicidade é algo muito maior, muito fantástico... simplesmente me faltam as palavras para descrevê-la... Algo interior, subjetivo... Que venham muitos momentos como este! Momentos que fazem a gente pensar que a vida vale a pena, que não estamos aqui por acaso, que muitas e muitas maravilhas nos esperam... 2010 que me segure então!

sábado, 12 de dezembro de 2009

O que ainda não sei

O mundo é grande. E isto é um fato. Por ser grande e fazer parte de um universo infinito, o que somos nós aqui? Uma parcela mínima e minúscula pertencente a algo muito, mas muito maior do que nós. E nisso, estamos aqui, vivendo, aprendendo e reaprendendo constantemente. Sobre isso, fico pensando no quão ignorantes todos somos, no tanto que nos resta aprender e apreender. Sócrates, um dos maiores filósofos de todos os tempos, dizia Só sei que nada sei. E ele estava certo. Nada sabemos desta vida.
Na verdade tenho sede de conhecimento. Gostaria muito de ler mais e mais livros, me fascina o que ainda não sei. Tenho uma atração irresistível pela obra de alguns autores, embora nunca os tenha lido. Queria fazer mais uns dois ou três cursos superiores, se o tempo me permitisse. Queria viajar, conhecer países e lugares distantes, totalmente diferentes da cultura que eu vivo e que está cristalizada em mim. Queria aprender novos idiomas, ter novas experiências, trabalhar em outras áreas... Ah, quanta coisa eu ainda não sei! Na verdade, o que eu penso é o seguinte: uma única vida é muito pouco para tudo que se pode fazer. O tempo passa muito depressa e vivemos em um cotidiano que por vezes nos vicia e não permite que priorizemos nossos tempos para novos aprendizados. E novos aprendizados remetem a novas vivências, a novos devires, a novos eus.
Provavelmente eu acabe minha existência aqui na Terra sem ter feito sequer a terça parte de tudo que eu gostaria. Mesmo que viva cem anos. E mesmo que pudesse viver por um milênio inteirinho. O mundo é realmente grande... então, vamos lá! Vamos viver, como diria Lulu Santos, tudo o que há pra viver, vamos nos permitir...

sábado, 28 de novembro de 2009

Sons da alma



Não me canso de assistir esse vídeo e nem de ouvir esta música... Sinto um prazer enorme ao escutar o som do U2, com sua linda One tocando em meus ouvidos. Essa, assim como tantas outras, mostram um pouco de mim, um pouco pela melodia, outro pela letra, outro pela interpretação do cantor... Enfim, às vezes penso um pouco sobre isso, sobre como existem sons, cheiros, imagens e expressões com as quais a gente se sintoniza e traduzem nossas almas... Poderia citar várias coisas, mas a música tem esse caráter especial. Muito mais do que uma simples expressão matemática e física, com uma música somos capazes de fecharmos os olhos e viajarmos para tempos distantes, criando uma manifestação da memória que nenhum outro estímulo é capaz de dar... Ah, e como é bom reviver... Porque lembrar de certa forma é viver novamente...Também através dela podemos sonhar, vislumbrar dias e momentos possíveis... Além de, claro, nos proporcionar o prazer da dança, do movimento e do embalo para a alma. Quantas histórias começaram com uma simples música... Algumas acalmam, outras agitam, outras mexem com as emoções e outras mostram a nossa cara, a nossa subjetividade... Nenhuma outra coisa nos aproxima tanto de nossa essência, daquilo que verdadeiramente somos. E mais: músicas marcam. Marcam amores, fases, conquistas e histórias de vidas... E será que as percebemos da mesma forma? Será que o que eu sinto outra pessoa sente da mesma maneira e com a mesma intensidade?
Pudera eu ser como uma música... Ser em alguns momentos louca como as músicas de Raulzito Seixas e dos Mutantes, sublime como as canções de Vinícius de Moraes e Tom Jobin, emotiva como as interpretações da Elis Regina e profunda como as melodias de Loreena Mckennitt e Enya... Ah, poder dançar, comover, embalar paixões... Também trazer a tona tristezas e nostalgias... Ter o dom de fazer reviver momentos, despertar sentimentos... Mas simplesmente tocar a alma... Pudera!!! E você? Se fosse uma música, que som você seria?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Maternidade moderna

Indiscutivelmente nada se compara ao prazer de ser mãe... Várias e várias vezes em meus dias me pego pensando na minha situação de mãe, em que tipo de mãe eu sou, que tipo de mãe eu gostaria de ser, etc, etc, etc...Quero indiscutivelmente dar o meu melhor para o meu filho. Quero que ele veja em mim a minha parte mais doce, mais suave e mais alegre. Mas também tenho que impor limites e mostrar minha parte respeitável, e às vezes, dura e severa. E não é nem um pouco fácil essa tarefa. Em meio a maternidade, ainda tem uma mulher escondida, uma profissional, uma estudante, uma filha e um ser humano. Já tive que conciliar mamadeiras e fraldas com a escrita de um TCC e que deixá-lo chorando para ir ao trabalho e na frente de uma televisão para que eu possa descansar uns minutinhos... Depois de situações como essa, vem uma certa culpa de não dar o meu todo e me questiono se essa maternidade moderna realmente é melhor do que a maternidade da época das nossas avós, que podiam se doar aos seus filhos, cuidar da casa e ainda ter um tempinho para preparar alguma gostosura na cozinha... Hoje em dia, depois de tantas e tantas lutas, a mulher conseguiu seu espaço na sociedade. Conseguiu, mas a que custo? A um custo de aumentar em 100% as suas atividades enquanto os homens continuam na mesma. À mulher cabe a atividade doméstica, maternal, estudantil e profissional, enquanto aos homens, com raras excessões, cabem apenas às duas últimas. E assim a vida segue: acorda cedo, arruma a casa, dá banho no filho, prepara o almoço, vai trabalhar, tem que estudar também, pra tentar fazer mestrado e doutorado e, um dia quem sabe, descansar um pouco, ir em uma palestra, se atualizar, acrescentar dados no Lattes, chegar em casa, brincar, ler uma história e dormir com aquele ser pelo qual se faz tudo isso...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Metamorfose

Alguém um dia avisou você quando se dariam as transições na sua vida? Por exemplo, hoje você não é mais criança, já tem que se comportar como um adolescente. Ou ainda, acabou o seu tempo de ser jovem, agora é a sua vez de ser um adulto de verdade... Pois é, tudo tão sutil... Certamente ninguém deve ter lhe avisado. Um dia somos uma coisa, outro dia somos outra. Um dia você ainda é o queridinho da mamãe, em outro você é quem tem que cuidar de tudo, tudo depende única e exclusivamente só de você. Creio que seja isto a tão falada responsabilidade, se tornar alguém responsável por coisas, por outros e por você mesmo. Só que esta tal responsabilidade dá também um medo... medo de não conseguir dar conta do recado, de esquecer-se de você ou ainda de não conhecer e saber quem é esta outra pessoa desconhecida que você está se tornando... Mais uma fase da vida... tudo é experiência. Saber que tudo é transitório nos momentos ruins dá uma certa sensação de conforto, pois estamos sempre em constante mutação, então, desta forma, se hoje me sinto com todo peso do mundo em minhas costas, certamente haverá um amanhã em que estarei tão leve quanto um pluma, flutuando pelo ar. E, por outro lado, se hoje tenho um dia colorido e extremamente maravilhoso, amanhã poderão vir nuvens e tempestades. Daí a necessidade de se aproveitar cada minuto, cada instante de felicidade e de ter a sabedoria de ter paciência quando os maus momentos aparecem. E nisto a vida segue imensamente maravilhosa: tal como uma lagarta que se transforma em uma linda borboleta, estamos nós, sempre com novas possibilidades de metamorfoses, transições e transformações. C'est la vie!

domingo, 15 de novembro de 2009

Marley e eu

Recentemente terminei a leitura do bestseller de John Grogan, intitulado Marley e eu: a vida e o amor ao lado do pior cão do mundo. Assisti também ao filme de título homônimo e achei bem fiel ao livro, com excessão, como sempre, de alguns cortes para devida adaptação para o roteiro de cinema.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ao ter uma primeira impressão sobre a obra, o livro não é apenas mais um livro bobo que conta a simples história de um cachorro. Confesso que, inicialmente, eu também pensei que fosse. Mas, como eu estava atrás de uma leitura light, relaxante e um pouquinho longe dos livros técnicos que leio regularmente, resolvi ler. E me surpreendi. O livro trás sim superficialidades e detalhes da relação de um dono com seu cão. Mas vai além disso: em muitos momentos se torna, além de engraçado, profundo e emocionante.
Eu, pessoalmente, gostei tanto porque me identifiquei em vários momentos com a história. Mesmo sem ter um cachorro e prefirir gatos como animais de estimação. Me identifiquei porque antes de tudo é um livro que fala sobre família. Este é o tema central. O dia-a-dia, o cotidiano, as alegrias, as dores, as batalhas, os filhos, o casamento, a profissão, as escolhas, o envelhecimento, o amadurecimento... são assuntos tratados no livro com extrema simplicidade e ótima narrativa. E, para quem está formando uma família, para quem sabe que não há bem maior nem alegria que supere o que é ter a sua família presente é um livro recomendável. Li em dois dias apenas.
E, como de hábito, de tudo que me passa, tento tirar algumas conclusões, pensar, questionar... E me despertou para a necessidade de valorizarmos cada instante, cada minuto, cada segundo que temos com aqueles que amamos... Infelizmente não somos eternos. E assim como nós, os outros também não são. E assim como os outros, os momentos também não são. Tudo é instáv
el, tudo sempre passará... E para quem ama alguém, não há bem maior do que a simplicidade dos momentos cotidianos e os momentos juntos. E todos nós temos os nossos afetos, as nossas famílias, os nossos companheiros. Mesmo que este alguém seja apenas um singelo cachorro.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Kant de minissaia

Simplesmente me senti assustada com tamanha atrocidade que estudantes universitários fizeram com uma colega de universidade na semana passada. Assisti o vídeo no Youtube e fiquei pensando, tentando entender o porquê ou os porquês de tanta selvageria. Para quem não acompanhou o caso nos jornais, a estudante Geysi Arruda, estudante de turismo da Uniban, em São Paulo, foi simplesmente humilhada e hostilizada pelo simples fato de ter ido à universidade usando um vestido curto. Daí fico pensando: como alguém pode julgar e ofender uma pessoa desta forma somente por uma roupa? Não consigo entender.
Se a sociedade é tão moralista assim, capaz de ofender e destratar uma outra pessoa pelo simples fato da sua roupa estar curta, como pode ser capaz, contraditoriamente, de assistir, aplaudir e achar o máximo "mulheres melancia", "dança do tchan", "tchutchucas", "créu" e outros lixos que andam por aí na
tela da nossa televisão brasileira? Não acredito que a roupa da aluna possa ter sido mais apelativa. E mesmo que fosse nada justificaria tal ato. Se formos seguir por essa lógica de pensamento, logo estaremos excluindo também àqueles que não estão com roupa da moda, que estão com roupas velhas e bregas. Cada um tem o direito de se vestir como quiser e como puder. E se a menina comprou o vestido, certamente sofreu influência da mídia que apresenta seus modelos a serem imitados. E então, por que a rejeição? Por ela ser universitária? Se fosse em um baile funk a roupa seria adequada? Não, na boa, não dá pra entender.
Assim como não entendo também não entendo que pessoas que estão em plena formação de um curso superior, que se esperava que já tivessem um mínimo de maturidade, de sentido de humanidade agissem desta forma.
A sociedade cada vez mais se esquece de uma palavra: respeito. Será que os agressores gostariam que suas irmãs, suas filhas, suas mães fossem tratados da mesma forma? Ninguém ali pôde desenvolver um mínimo de empatia, de se colocar no lugar do outro e tantar imaginar o que o outro esteja sentindo. Uma pena. Se eu pudesse dizer algo para esta aluna, diria que tentasse não se abalar pela agressão que sofreu, pois ali são todos seres inferiores, seres completamente ignorantes. Mas sei que ninguém passa por uma situação desta sem ficar abalado. Então não digo nada, mas torço para que ela supere, dê a volta por cima e conclua sua graduação. Para os agressores, só consigo me lembrar que devem ter faltado algumas aulinhas de filosofia. Se conhecessem o pensamento do velho Immanuel Kant, não teriam ajido desta forma. Mesmo que vissem Kant usando uma minissaia minúscula. Termino então com o famoso imperativo categórico kantiano:

"Age somente,segundo uma máxima tal, que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal."

Ou seja, age somente de forma que possas querer que tua atitude seja imitada por toda a humanidade, que todos possam querer agir de acordo com a tua ação.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Deve existir

Deve existir um lugar
Onde a paz impere, soberana
Onde se possa rolar na grama
Explorar os sentidos, elevar a alma
Onde eu possa ser eu mesma

Deve existir um lugar
Onde exista amizade verdadeira
Um dia de sol e um bom chimarrão
E que, com alguém especial,
eu possa descobrir as maravilhas de um bom encontro

Deve existir um lugar
Onde eu possa sentar e fazer o que a cuca mandar
Sem limites físicos, sociais, nem culturais

Será que existe esse lugar?
Será que esse lugar é aqui?
Será que encontraremos esse lugar?

Creio que, antes de pensarmos em paraíso
Ou antes de fazermos nossas malas rumo à Pasárgada,
Devemos procurar esse lugar
Começando pelo nosso próprio endereço pessoal.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Profissão: professora

Sou professora. E como professora, me vejo por vezes permeada de questões do tipo como aprendemos? e como ensinamos? Penso que um professor deve ter sempre em foco tais questões para poder desempenhar seu papel aliado à reflexões sobre a sua prática. Me pergunto constantemente se o método que utilizo é o mais adequado para ensinar ou ainda se seria melhor outra prática para que meu aluno pudesse aprender e apreender o conteúdo em questão.
John Dewey dizia que "a educação deve ser a própria vida e não uma preparação para a vida".
Desta forma, o processo educacional deve estar vinculado à vida do aluno, deve fazer sentido para quem está estudando. Caso contrário, estaremos, como diria Paulo Freire, simplesmente realizando "depósitos" de informações.
No entanto, não é tarefa fácil exercer esta profissão. Ainda mais no Brasil. Atualmente o Governo Federal tem se preocupado em estimular os estudantes para o exercício da profissão docente. Todavia, não seria melhor, ao invés de estimular, oferecer melhores condições de trabalho e remunerações mais dignas?
Eu, particularmente, amo minha profissão. Procuro exercê-la da melhor forma possível. Me pergunto constantemente se meu exercício está sendo bem desempenhado. E sei que não é tarefa fácil. É extremamente comum vermos a Síndrome de Burnout tomar conta mais e mais dos educadores. Cansaço, desânimo, e falta de estímulo para o trabalho. Mas, com tudo isso, ainda vejo motivos para comemorar. O processo pedagógico me permite maravilhas. E, sobretudo, questionamentos e a possibilidade de aprender com o processo. Pois, como nossos alunos, somos todos devires. Somos pessoas. Estamos em constante transformação, estamos sempre nos tornando, não somos seres estáticos. E esse inacabamento permite que se pense, que se esteja, que se viva e se construa. E assim vou eu, no meio disso tudo, tentando simplesmente ser: ser alguém melhor, ser uma profissional melhor e contribuir, nem que seja de uma forma mínima, na construção de outros seres.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Diferença versus igualdade

Será que um dia enfim a humanidade irá desenvolver a capacidade de se respeitar, de se aceitar mutuamente? Será que chegará o dia em que todos poderão enxergar o outro com o entendimento de que somos todos diferentes e, por sermos diferentes, temos culturas diferentes, hábitos diferentes, crenças diferentes etc, etc, etc? Procuro pensar que sim, que esse dia um dia chegará. Penso assim por ser mais confortável, por ainda acreditar na humanidade e pelo meu lado otimista ser ainda forte. No entanto, sei bem que estamos muito longe disso tudo. Muito longe de olhar o outro com olhos "normais", sem preconceitos, sem estereótipos e sem piadas.
É lamentável pensar que décadas depois do fim dos horrores do holocausto, barbárie causada unicamente pelo etnocentrismo, por um monstro disfarçado de homem julgar a sua raça "superior" a outra; ainda encontramos por aí neonazistas, skinheads e seus bandos. Mas esses ainda são explícitos. Mostram as suas crueldades. E acabam, ou deveriam acabar, um dia em uma cadeia. E os demais, que com caras de bonzinhos e que se dizem sem nenhum preconceito e que ainda discriminam homosexuais, negros, judeus, pessoas portadoras de deficiência? Para esses não há punição. Esses andam aí, por toda a parte... Todo mundo conhece algum. Eles aparecem contando alguma "piada de português", ou de gays, ou racial. Sempre se achando superior a outros. Mas aí é que eu pergunto: o que faz alguém ser superior a outra pessoa? Não são todos humanos, errantes e cheios de defeitos? Sim, são. No fim das contas, todos iguais. Iguais, mas diferentes. Extremamente diferentes. Então simplesmente não consigo entender o porquê de alguém se achar melhor do que outro alguém.

Uma dica: o filme "O menino do pijama listrado" é ótimo e mostra os horrores de um campo nazista de extermínio através dos olhares de duas crianças. Vale a pena!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ser mulher...

Assisti um dia desses ao filme "Divã", de José Alvarenga Júnior, baseado na obra de Martha Medeiros. Simplesmente amei! Já tinha lido o livro há alguns anos atrás e morri de rir e ao mesmo tempo me deparei com questões bem existenciais tratadas no filme. Entre elas me fez pensar sobre: questões relativas com o "ser mulher" e com a alma feminina. Em como conciliar a profissão que escolhemos com uma dupla jornada de trabalho (doméstica e extradoméstica), casamento, maternidade, desejos, estética e viver de bem com a vida e consigo mesma. Em como ser uma pessoa feliz, mesmo diante das intempéries que a vida trás. Recomendo! Muito humor e ao mesmo tempo muita emoção, porque Mercedes, a protagonista, é uma mulher como eu, como você ou como alguma mulher que você conheça.
E ser mulher é bom demais!
Dentre tantas, não poderia deixar de citar Simone de Beauvoir, grande mulher, filósofa existencialista, mulher de Jean-Paul Sartre e sua obra "O segundo sexo", uma verdadeira revolução na visão do papel das mulheres na sociedade: "Não se nasce mulher, torna-se mulher", diz Simone;

Lou Salomé que, além de inteligente e bela, simplesmente arrasou com os corações de Paul Rée e Nietzsche (poderosa ela, não?), viveu com intensa paixão pela vida e dizia: "Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!";

E Hannah Arendt, amor de Heidegger, uma grande filósofa (apesar de não gostar deste título) e pensadora de questões sobre o conceito de mal e de seu próprio tempo.

Finalizo trazendo um trecho do livro "Divã" de Martha Medeiros, que por sinal me identifico bastante e homenageando a todas as mulheres, todas aquelas que sentem, se emocionam, sofrem, batalham, lutam e são mulheres, no verdadeiro, literal e mais belo sentido da palavra!
"Não sei bem o que dizer sobre mim. Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre empregadas e liquidações. Me sinto esquisita à beça usando um lencinho amarrado no pescoço. Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo.
Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu anti socialismo interno.
Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa e impulsiva. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos....
Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa. Já o coração sempre foi gelatinoso: Faz eu dizer tudo ao contrário do que penso: nessas horas não sei onde vão parar minhas idéias viris.
Sou tantas que mal consigo me distinguir.
Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também."
Martha Medeiros


domingo, 4 de outubro de 2009

Utopia



Gostaria de poder me despir de todas as minhas possíveis aparências e que o mundo pudesse me ver exatamente como sou. Assim mesmo, com todas as minhas imperfeições, com todos os meus sentimentos mais humanos, simplesmente com os pensamentos e os sentimentos que tenho... Como diria Nietzsche, humano, demasiado humano...
Gostaria de poder enxergar as outras pessoas também assim: sem máscaras, sem rótulos, sem exercer papéis... Sem ser pessoas diferentes em diferentes lugares...
Como seria o mundo se fosse assim? Certamente seria um caos, pois temos sentimentos nem sempre simpáticos em relação às outras pessoas. Neste ponto, aquele sorriso sem graça que damos quando algo nos incomoda muito, apenas para manter a cordialidade, para que tudo fique sempre "bem" não teria sentido. Seríamos todos transparentes, incolores e necessariamente verdadeiros...
Já sei, é óbvio, isto é impossível. A moral exige que não nos mostremos. Fingimento é necessário para se viver em sociedade. Não tem como ser cem por cento verdadeiro sem magoar ninguém. Somos seres contraditórios: amamos e detestamos, nos mostramos e nos escondemos... Então chegamos a um paradoxo entre autenticidade e verdade. Quem dá mais?
Mas como não estou pensando em nada real, sigo pensando em como seria este mundo... E posso até ser ingênua, mas me seduz muito imaginar como seria este comprometimento com a verdade. Verdade com o outro, com o mundo e consigo mesmo. Congruência... Sinceridade... Lealdade...
Tudo o que é humano me atrai muito. Não só o lado belo, mas também o defeituoso. Sem carcaças, sem maquiagens, simplesmente alma... Alma e ser...

Pra ser sincero
(Engenheiros do Hawaii)

Pra ser sincero eu não espero de você
Mais do que educação,
Beijo sem paixão,
Crime sem castigo,
Aperto de mãos,
Apenas bons amigos...

Pra ser sincero eu não espero que você
Minta
Não se sinta capaz de enganar
Quem não engana a si mesmo

Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito,
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.

Pra ser sincero eu não espero de você
Mais do que educação,
Beijo sem paixão,
Crimes sem castigo,
Aperto de mãos,
Apenas bons amigos...

Pra ser sincero não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma ao diabo

Um dia desses
Num desses encontros casuais
Talvez a gente se encontre
Talvez a gente encontre explicação

Um dia desses
Num desses encontros casuais
Talvez eu diga, minha amiga,
Pra ser sincero, prazer em vê-la
Até mais...

Nós dois temos os mesmos defeitos

Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.

domingo, 27 de setembro de 2009

Para meu amor

Bem, estou romântica hoje... De vez em quando é bom, ?! Ah... o amor... Quantos suspiros já foram dados em seu nome... Mas, afinal, o que é o amor? O que amamos realmente? A pessoa ou o sentimento que ela desperta em nós mesmos? Amamos o outro ou o que o outro faz a gente sentir? Não sei. Só sei que amar é bom demais!
Eros, deus grego do amor, foi descrito no discurso de Ágaton a Fedro, escrito por Platão na obra Banquete como:
"...Eros é quem traz ' a paz aos homens, a calma ao mar, o silêncio aos ventos, o leito e o sono para a dor'.
É ele quem nos arranca ao isolamento, quem aproxima os homens e lia-me da sociedade. É ele quem nos guia e nos inspira em festas, danças e sacrifícios, quem faz entreabrir-se a doçura e desaparecer a ferocidade.
Onde ele está há doçura, desaparece a rudeza. É pródigo da vontade e avaro de ódio. Propício aos bons, admirado pelos sábios, agradável aos deuses. Objeto do desejo dos que ainda não o possuem; tesouro precioso para àqueles que o possuem; a ele cabe a paternidade das riquezas, das delícias, dos doces encantos e dos ternos desejos, das paixões. Vigia os bons e esquece os maus. Nos nossos trabalhos, nos nossos temores, nas nossas tristezas é ele o nosso conselheiro e nosso salvador. É a glória dos deuses e dos homens, o nosso mais belo e melhor guia. Todo mortal deve seguí-lo e entoar em sua honra os hinos que dirige aos deuses e aos homens. A esse deus, caro Fedro, consagro o discurso que estremeei de ideias serias e de gracejos, o discurso, enfim, que tive a possibilidade de fazer."

Bem, Platão disse tudo... Proponho aqui no nosso botequim um brinde ao amor!!! Que sejamos cada mais mais seres capazes de amar: amar aos outros, amar ao planeta, amar à vida, amar a si mesmo... Amar, simplesmente amar... Sem dúvida alguma, não há nada melhor nesta vida...


Video feito por mim com nossos avatares do buddypoke (eu e meu amor)

domingo, 13 de setembro de 2009

Que tempo é esse?


Time - Pink Floyd (Legendado)

Que tempo é esse? O que é o tempo? Como se passam as horas, os minutos, os segundos? Tudo tão relativo...
Estamos sempre correndo, correndo atrás de quê?
"As horas passam marcando os momentos que se vão..." (Pink Floyd)
E por aí vamos... Vivendo e se esvaindo... Tudo tão efêmero... O que sobra realmente? Se o tempo que tenho agora daqui há um minuto já irá ter passado? Se o que aconteceu já ficou para trás e não é mais? E se o que teremos ainda não é nada? Essa minúscula parcela que chamamos de presente se resume a quê? Corremos tanto... Temos que correr para não chegar atrasados no emprego, cumprir as obrigações, para não perder a hora... E que hora é essa? Correremos a vida inteira? Ou passaremos por ela como espectadores apenas assistindo a vida passar?
A cada dia que passa é um dia a menos ou a mais na nossa existência? Um dia a mais de vida, mas... por outro lado, um dia a menos de possibilidades descartadas, daquilo que poderia ter sido e não foi... E se tivesse sido de outra forma?
E o tempo se resume àquele que é marcado pelo relógio? Quando estamos felizes é tudo tão rápido... de outro aspecto, quando se sofre, tudo dura uma eternidade... Isso o relógio marca? Esse compasso descompassado e desmedido de sentir o tempo?
A cada dia, acordo, me olho no espelho e vejo uma pessoa diferente da que fui... Rugas aparecendo, marcas do tempo na minha face e na minha mente... Será que me reconhecerei daqui há dez anos? Quanto tempo ainda tenho? Sei lá!
Em outros momentos, fecho os olhos e viajo... Viajo para as memórias de infância, para os sonhos daquela que fui e que hoje não existe mais... É como se um trailler passasse em minha frente e neste momento sou desmedidamente dominada pela saudade...
Ao menos uma certeza eu tenho: o tempo realmente voa... Sem controle, sem limites e não há como mudarmos isso. Então, que venham novos tempos, novas alegrias, novas dores, novos acontecimentos que possam somar com aqueles que já temos e componham aquilo que chamamos de vida! Que possamos viver o que há pra viver, com as marcas do que fomos, as certezas do que somos e o prenúncio do que seremos... E, falando nisso, que horas são?


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Filosofar sobre o filosofar

Mas, afinal, o que é filosofia? Para que filosofia? Tem alguma utilidade?
Quando ingressei na universidade, no ano 2000, tive que responder estas perguntas para praticamente todas as pessoas que eu me relacionava. Há uns anos atrás, a filosofia não era uma disciplina curricular obrigatória do Ensino Médio, como hoje é. Desta forma, muitas pessoas sequer tinham conhecimento sobre o que se tratava. E sequer conseguiam entender porque uma jovem como eu poderia se interessar em fazer um curso superior e querer seguir a filosofia como profissão. E eu, de outro lado, me interrogava, perplexa: por que me perguntam tanto? Se todas as pessoas possuem a capacidade de pensar, traçar conceitos e se espantar com o mundo, por que não é óbvio para todos que o filosofar é o que moveu a humanidade, é o que deu razão para que todas as ciências pudessem se desenvolver? O que aconteceria se os grandes pensadores não tivessem desenvolvido esta racionalidade? Teríamos todo este aparato científico? Certamente não.
Este vídeo que trago hoje aqui mostra um pouco da concepção do que faz um filósofo na visão de um dos meus filósofos favoritos: Jean-Paul Sartre. Sartre diz que o filósofo tem dois trabalhos a serem realizados: um é o trabalho acadêmico, teórico e conceitual e que circula no meio do mundo dos filósofos profissionais. Outro é um filosofar mais solto, sem tantos rigores e sem preocupações, todavia mais verdadeiro, que é o que vai muito além dos limites das universidades e que vai, aos poucos, se tornando um vício, um hábito e passamos a observar o mundo com um olhar mais curioso e mais crítico.Sem grandes pretensões, mas este filosofar que Sartre fala creio que poderia ser o que chamamos aqui de filosofia de botequim! Um pensar desmedido sobre tudo o que der vontade, sobre tudo o que inquietar a mente, simplesmente deixando fluir... Então, mais uma vez, convido vocês a entrarem neste bar comigo e filosofar sobre o mundo, filosofar sobre o cotidiano, filosofar sobre tudo e sobretudo, filosofar sobre o filosofar...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Auto-definição

Tarefa extremamente complexa. Na verdade, acho que nunca conseguirei chegar a uma definição de mim mesma que abranja tudo o que eu penso ser, tudo o que posso ser, ou tudo o que um dia fui. Sou uma e sou tantas... Composta por inúmeros paradoxos, abismos inenarráveis. Às vezes sou de um jeito, às vezes sou de outro. E em muitos momentos sinto saudade da pessoa que já fui e que em mim não existe mais. Em outros, me percebo mergulhada no que sou, no meu cotidiano, nesta que me apresento hoje. E ainda, me sinto capaz de vislumbrar àquela que posso ser, que em potência um dia poderá aflorar... Sinto saudade da criança alegre, da adolescente irriquieta... e sentirei saudade daqui há 10 ou 20 anos desta que sou hoje, certamente.

Para mim essa é uma das grandes riquezas do ser humano: a capacidade de ser e de se transformar. Tal como uma lagarta que sofre metamorfose e se transforma em borboleta, também temos essa possibilidade. Estar em constante mudança, em eterno movimento... essa é a vida! E Sócrates, sabiamente, sabia o quanto é difícil se autoconhecer, se autodefinir... Talvez por isso propunha em sua máxima Conhece-te a ti mesmo que buscássemos realizar este exercício. Eu ainda continuo sem saber quem eu sou. Um dia, quem sabe, porventura eu saiba... Ou nunca... Mas o mais certo é que eu passe minha existência inteira me questionando sobre isso sem chegar a nenhuma resposta concreta...

Deixo vocês com a linda poesia de Ferreira Gullar:

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Imagens e palavras

Qual é o verdadeiro significado das palavras na vida da gente? E de imagens? Você já parou para pensar em quantas palavras proferimos e a quantidade de coisas que vemos em apenas um único dia? Se fosse possível realizar uma contagem, certamente seria um número absurdo. Mas e quais delas se tornam experiências significativas em nossas vidas? Quando elas ganham sentido? Cada vez mais temos mais informação e menos experiências.
Para pensar... o vídeo é muito interessante. Vale a pena-lo. Estabelece um jogo entre definições e imagens relacionadas. Como a tarefa da filosofia consiste em investigar, criar e refletir sobre conceitos, penso que o arquivo possa servir como estímulo para questionar as definições estabelecidas. Talvez faça algum sentido pra você. Pra mim fez. Me fez pensar... Penso e divido aqui com vocês.

Créditos do vídeo: Emílio Monteiro, Fabio Sung, Pedro Freiberguer

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Incondicional


De todas as coisas que eu pensei um dia em mensurar

Jamais imaginei o quanto seria capaz de amar...

Amei sem sequer ter visto seu rosto,

Sem saber se era homem ou mulher,

Sem saber seu nome e sem ter escutado sua voz...

Simplesmente amei...

Amei, amo e amarei

De todas as certezas que posso ter na minha vida

Esta é a única indubitável e incondicional.

Tanto que já chego a duvidar se dois e dois são realmente quatro...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Don't worry, be happy!!!

Nas minhas andanças pela web, achei este vídeo com esta incrível adaptação da canção clássica de Bobby McFerrin de nova roupagem e maravilhosa sonoridade interpretada pela cantora Mart'nália. Resolvi então postar aqui e compartilhar com vocês.
Todavia... a música me fez pensar sobre um questionamento tão antigo quanto a própria existência humana... o que nos leva à felicidade??? O que é a felicidade? Onde está a felicidade?Do que realmente precisamos para ser felizes? Você já parou para pensar sobre isso?
Cada vez mais me convenço de que o que tem a capacidade de nos levar a eudaimonia, como diriam os gregos, são as coisas mais simples possíveis. Um pôr-do-sol com alguém especial ao lado, um simples sorriso, um animalzinho de estimação, escutar uma boa música, enfim, a lista é interminável. Não são nos luxos, no carro do ano, na jóia linda de ouro de 18 quilates, que está intrínseco o sentimento de felicidade. Está em algum lugar dentro de nós mesmos... mas que lugar é esse?
Na atual vida contemporânea, corremos demais. Temos que pagar nossas contas em dia, conseguir dinheiro, trabalhar, estudar, acordar cedo todo dia e andar rápido para não viver sempre atrasado... Com tantas preocupações, sobra tempo para nos darmos conta das maravilhas, dos inúmeros presentes que temos a todo instante? Ou é mais fácil entrar na onda da correria e se estressar, se consumir, se "pré-ocupar" somente com as obrigações e esquecer que também somos gente, que precisamos ser felizes??? No entanto, sem querer parecer otimista ao extremo, ainda acredito que seja possível reverter todo e qualquer estado de espírito e sintonia que estejamos no momento. Sempre há tempo para ser feliz!!! Olhe para o lado: provavelmente deve haver alguma coisa linda e maravilhosa ao seu redor... basta você ter a capacidade de sintonizar a sua percepção para sentí-la. Ou então escute o som da Mart'nália! Ensaiar uns passinhos de samba e cantar desafinado faz bem pra qualquer alma.
Por isso, como diria o velho e bom Bobby McFerrin,
Don't worry, be happy!!!


(Créditos do vídeo: Patricia, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=soYbAmSPz5k )

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Bem-vindos o nosso botequim!


Estou iniciando este blog com o objetivo de expressar um pouco de mim... Um pouco de minhas ideias, opiniões, sentimentos, pensamentos, delírios e devaneios... Por isso este nome: Filosofia de Botequim!
Para aqueles que não me conhecem, sou Licenciada em Filosofia pela UFPel, atuo como docente e amo minha profissão. Aprecio e não sei viver sem o pensamento filosófico clássico, e não quero, jamais, que o termo-título deste blog venha a ser interpretado como algo pejorativo.
Todavia, aqui, pensei em traçar um espaço onde eu possa falar de maneira solta e sem a preocupação de rigores lógicos, sistemáticos e acadêmicos. Em outras palavras, uma verdadeira Filosofia de Botequim! Porque filosofar é preciso, é necessário, é indispensável... Mesmo as filosofias mais baratas, mesmo os argumentos mais simples, desde que se esteja apto a pensar, a formular conceitos, acredito que aqui esteja valendo. Em um botequim, rodeado de amigos e acompanhado de um bom café ou qualquer outra bebidinha nos sentimos a vontade para nos mostrarmos, sem nexo, sem preocupação e sem qualquer temor ou pudor para quem quiser e tiver paciência de ouvir. Esta é a proposta: façamos de conta que estamos em um perfeito e bom bar... E aqui cabe falar de tudo um pouco: filmes, livros, música, boa filosofia, acontecimentos recentes ou simplesmente para falar do cotidiano e da vida... Sinta-se livre para entrar e ficar a vontade! Puxe uma cadeira, e esteja em casa para ler, comentar e criticar.
Em defesa de todas as formas de pensamentos, mesmo as mais simples e despidas de quaisquer pretensões, é que abrimos as portas do nosso bar! Não se preocupe com a conta: você é meu convidado especial! :)

(Créditos da imagem: Botequim, de André Tito)