sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Profissão: professora

Sou professora. E como professora, me vejo por vezes permeada de questões do tipo como aprendemos? e como ensinamos? Penso que um professor deve ter sempre em foco tais questões para poder desempenhar seu papel aliado à reflexões sobre a sua prática. Me pergunto constantemente se o método que utilizo é o mais adequado para ensinar ou ainda se seria melhor outra prática para que meu aluno pudesse aprender e apreender o conteúdo em questão.
John Dewey dizia que "a educação deve ser a própria vida e não uma preparação para a vida".
Desta forma, o processo educacional deve estar vinculado à vida do aluno, deve fazer sentido para quem está estudando. Caso contrário, estaremos, como diria Paulo Freire, simplesmente realizando "depósitos" de informações.
No entanto, não é tarefa fácil exercer esta profissão. Ainda mais no Brasil. Atualmente o Governo Federal tem se preocupado em estimular os estudantes para o exercício da profissão docente. Todavia, não seria melhor, ao invés de estimular, oferecer melhores condições de trabalho e remunerações mais dignas?
Eu, particularmente, amo minha profissão. Procuro exercê-la da melhor forma possível. Me pergunto constantemente se meu exercício está sendo bem desempenhado. E sei que não é tarefa fácil. É extremamente comum vermos a Síndrome de Burnout tomar conta mais e mais dos educadores. Cansaço, desânimo, e falta de estímulo para o trabalho. Mas, com tudo isso, ainda vejo motivos para comemorar. O processo pedagógico me permite maravilhas. E, sobretudo, questionamentos e a possibilidade de aprender com o processo. Pois, como nossos alunos, somos todos devires. Somos pessoas. Estamos em constante transformação, estamos sempre nos tornando, não somos seres estáticos. E esse inacabamento permite que se pense, que se esteja, que se viva e se construa. E assim vou eu, no meio disso tudo, tentando simplesmente ser: ser alguém melhor, ser uma profissional melhor e contribuir, nem que seja de uma forma mínima, na construção de outros seres.


2 comentários:

  1. Nossa Letícia... Mais uma afinidade! Sou professora de inglês e de português p estrangeiros e frequentemente me vejo com as mesmas dúvidas q vc!

    Ano q vem vou fazer três palestras num congresso na Argentina e uma delas é sobre como motivar o motivador,q no caso, somos nós. Hj acho a profissão tão pouco valorizada - e olha q não estou falando de valorização financeira - q fica difícil se motivar.

    Mesmo assim, assim como vc, AMO o q eu faço e nem consigo me imaginar fazendo algo diferente!

    Bjks e bom fim de semana p vc!

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  2. É, Letícia, infelizmente, ser professor - pelo menos Brasil - não é tarefa fácil.
    É o salário baixo - ou, pelo menos, desproporcional, se comparado ao que aguentamos no nosso dia-a-dia;
    São alunos desinteressados;
    Falta de materias e ambientes favoráveis ao ensino etc.
    São tantas coisas que acabam nos desmotivando... Contudo, fico contente ao encontrar um colega de profissão como você, que, apesar de como está a situação do ensino no país, gosta da profissão que tem e deseja usá-la como instrumento de mudança.

    Bjs,

    Jefferson.

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