domingo, 27 de setembro de 2009

Para meu amor

Bem, estou romântica hoje... De vez em quando é bom, ?! Ah... o amor... Quantos suspiros já foram dados em seu nome... Mas, afinal, o que é o amor? O que amamos realmente? A pessoa ou o sentimento que ela desperta em nós mesmos? Amamos o outro ou o que o outro faz a gente sentir? Não sei. Só sei que amar é bom demais!
Eros, deus grego do amor, foi descrito no discurso de Ágaton a Fedro, escrito por Platão na obra Banquete como:
"...Eros é quem traz ' a paz aos homens, a calma ao mar, o silêncio aos ventos, o leito e o sono para a dor'.
É ele quem nos arranca ao isolamento, quem aproxima os homens e lia-me da sociedade. É ele quem nos guia e nos inspira em festas, danças e sacrifícios, quem faz entreabrir-se a doçura e desaparecer a ferocidade.
Onde ele está há doçura, desaparece a rudeza. É pródigo da vontade e avaro de ódio. Propício aos bons, admirado pelos sábios, agradável aos deuses. Objeto do desejo dos que ainda não o possuem; tesouro precioso para àqueles que o possuem; a ele cabe a paternidade das riquezas, das delícias, dos doces encantos e dos ternos desejos, das paixões. Vigia os bons e esquece os maus. Nos nossos trabalhos, nos nossos temores, nas nossas tristezas é ele o nosso conselheiro e nosso salvador. É a glória dos deuses e dos homens, o nosso mais belo e melhor guia. Todo mortal deve seguí-lo e entoar em sua honra os hinos que dirige aos deuses e aos homens. A esse deus, caro Fedro, consagro o discurso que estremeei de ideias serias e de gracejos, o discurso, enfim, que tive a possibilidade de fazer."

Bem, Platão disse tudo... Proponho aqui no nosso botequim um brinde ao amor!!! Que sejamos cada mais mais seres capazes de amar: amar aos outros, amar ao planeta, amar à vida, amar a si mesmo... Amar, simplesmente amar... Sem dúvida alguma, não há nada melhor nesta vida...


Video feito por mim com nossos avatares do buddypoke (eu e meu amor)

domingo, 13 de setembro de 2009

Que tempo é esse?


Time - Pink Floyd (Legendado)

Que tempo é esse? O que é o tempo? Como se passam as horas, os minutos, os segundos? Tudo tão relativo...
Estamos sempre correndo, correndo atrás de quê?
"As horas passam marcando os momentos que se vão..." (Pink Floyd)
E por aí vamos... Vivendo e se esvaindo... Tudo tão efêmero... O que sobra realmente? Se o tempo que tenho agora daqui há um minuto já irá ter passado? Se o que aconteceu já ficou para trás e não é mais? E se o que teremos ainda não é nada? Essa minúscula parcela que chamamos de presente se resume a quê? Corremos tanto... Temos que correr para não chegar atrasados no emprego, cumprir as obrigações, para não perder a hora... E que hora é essa? Correremos a vida inteira? Ou passaremos por ela como espectadores apenas assistindo a vida passar?
A cada dia que passa é um dia a menos ou a mais na nossa existência? Um dia a mais de vida, mas... por outro lado, um dia a menos de possibilidades descartadas, daquilo que poderia ter sido e não foi... E se tivesse sido de outra forma?
E o tempo se resume àquele que é marcado pelo relógio? Quando estamos felizes é tudo tão rápido... de outro aspecto, quando se sofre, tudo dura uma eternidade... Isso o relógio marca? Esse compasso descompassado e desmedido de sentir o tempo?
A cada dia, acordo, me olho no espelho e vejo uma pessoa diferente da que fui... Rugas aparecendo, marcas do tempo na minha face e na minha mente... Será que me reconhecerei daqui há dez anos? Quanto tempo ainda tenho? Sei lá!
Em outros momentos, fecho os olhos e viajo... Viajo para as memórias de infância, para os sonhos daquela que fui e que hoje não existe mais... É como se um trailler passasse em minha frente e neste momento sou desmedidamente dominada pela saudade...
Ao menos uma certeza eu tenho: o tempo realmente voa... Sem controle, sem limites e não há como mudarmos isso. Então, que venham novos tempos, novas alegrias, novas dores, novos acontecimentos que possam somar com aqueles que já temos e componham aquilo que chamamos de vida! Que possamos viver o que há pra viver, com as marcas do que fomos, as certezas do que somos e o prenúncio do que seremos... E, falando nisso, que horas são?


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Filosofar sobre o filosofar

Mas, afinal, o que é filosofia? Para que filosofia? Tem alguma utilidade?
Quando ingressei na universidade, no ano 2000, tive que responder estas perguntas para praticamente todas as pessoas que eu me relacionava. Há uns anos atrás, a filosofia não era uma disciplina curricular obrigatória do Ensino Médio, como hoje é. Desta forma, muitas pessoas sequer tinham conhecimento sobre o que se tratava. E sequer conseguiam entender porque uma jovem como eu poderia se interessar em fazer um curso superior e querer seguir a filosofia como profissão. E eu, de outro lado, me interrogava, perplexa: por que me perguntam tanto? Se todas as pessoas possuem a capacidade de pensar, traçar conceitos e se espantar com o mundo, por que não é óbvio para todos que o filosofar é o que moveu a humanidade, é o que deu razão para que todas as ciências pudessem se desenvolver? O que aconteceria se os grandes pensadores não tivessem desenvolvido esta racionalidade? Teríamos todo este aparato científico? Certamente não.
Este vídeo que trago hoje aqui mostra um pouco da concepção do que faz um filósofo na visão de um dos meus filósofos favoritos: Jean-Paul Sartre. Sartre diz que o filósofo tem dois trabalhos a serem realizados: um é o trabalho acadêmico, teórico e conceitual e que circula no meio do mundo dos filósofos profissionais. Outro é um filosofar mais solto, sem tantos rigores e sem preocupações, todavia mais verdadeiro, que é o que vai muito além dos limites das universidades e que vai, aos poucos, se tornando um vício, um hábito e passamos a observar o mundo com um olhar mais curioso e mais crítico.Sem grandes pretensões, mas este filosofar que Sartre fala creio que poderia ser o que chamamos aqui de filosofia de botequim! Um pensar desmedido sobre tudo o que der vontade, sobre tudo o que inquietar a mente, simplesmente deixando fluir... Então, mais uma vez, convido vocês a entrarem neste bar comigo e filosofar sobre o mundo, filosofar sobre o cotidiano, filosofar sobre tudo e sobretudo, filosofar sobre o filosofar...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Auto-definição

Tarefa extremamente complexa. Na verdade, acho que nunca conseguirei chegar a uma definição de mim mesma que abranja tudo o que eu penso ser, tudo o que posso ser, ou tudo o que um dia fui. Sou uma e sou tantas... Composta por inúmeros paradoxos, abismos inenarráveis. Às vezes sou de um jeito, às vezes sou de outro. E em muitos momentos sinto saudade da pessoa que já fui e que em mim não existe mais. Em outros, me percebo mergulhada no que sou, no meu cotidiano, nesta que me apresento hoje. E ainda, me sinto capaz de vislumbrar àquela que posso ser, que em potência um dia poderá aflorar... Sinto saudade da criança alegre, da adolescente irriquieta... e sentirei saudade daqui há 10 ou 20 anos desta que sou hoje, certamente.

Para mim essa é uma das grandes riquezas do ser humano: a capacidade de ser e de se transformar. Tal como uma lagarta que sofre metamorfose e se transforma em borboleta, também temos essa possibilidade. Estar em constante mudança, em eterno movimento... essa é a vida! E Sócrates, sabiamente, sabia o quanto é difícil se autoconhecer, se autodefinir... Talvez por isso propunha em sua máxima Conhece-te a ti mesmo que buscássemos realizar este exercício. Eu ainda continuo sem saber quem eu sou. Um dia, quem sabe, porventura eu saiba... Ou nunca... Mas o mais certo é que eu passe minha existência inteira me questionando sobre isso sem chegar a nenhuma resposta concreta...

Deixo vocês com a linda poesia de Ferreira Gullar:

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Imagens e palavras

Qual é o verdadeiro significado das palavras na vida da gente? E de imagens? Você já parou para pensar em quantas palavras proferimos e a quantidade de coisas que vemos em apenas um único dia? Se fosse possível realizar uma contagem, certamente seria um número absurdo. Mas e quais delas se tornam experiências significativas em nossas vidas? Quando elas ganham sentido? Cada vez mais temos mais informação e menos experiências.
Para pensar... o vídeo é muito interessante. Vale a pena-lo. Estabelece um jogo entre definições e imagens relacionadas. Como a tarefa da filosofia consiste em investigar, criar e refletir sobre conceitos, penso que o arquivo possa servir como estímulo para questionar as definições estabelecidas. Talvez faça algum sentido pra você. Pra mim fez. Me fez pensar... Penso e divido aqui com vocês.

Créditos do vídeo: Emílio Monteiro, Fabio Sung, Pedro Freiberguer