sábado, 24 de abril de 2010

Metal Contra as Nuvens - Legião Urbana

Já falei anteriormente aqui sobre como as músicas exercem influências na vida da gente. Pois é, algumas, em especial, me dão forças e trasmitem meus momentos. E, atualmente, estou num momento totalmente Metal Contra as Nuvens.
E o que é esse momento? Para mim se resume a um período de lutas constantes, superação e construção. A música é uma verdadeira obra-prima. Vejo nela uma profundidade de elementos que nos levam a pensar sobre nossas batalhas diárias, sobre nossos monstros interiores, sobre as nossas guerras perdidas e ganhas... Sobre a vida, enfim, que tem desses instantes: de solidão, luta e dificuldades...
Legião Urbana fez parte da minha geração e me acompanha até hoje. E, consegue transmitir meus sentimentos e impressões do cotidiano. Não consigo decidir qual das quatro partes da música mais gosto. A primeira parte começa assim "Não sou escravo de ninguém, Ninguém é senhor do meu domínio..." e por aí já ganho forças e me sinto senhora de mim mesma. Exitem sim, relações de poder, mas em nós mesmos ainda exercemos um certo domínio. Na segunda parte, com um som bem metal e agressivo, temos um momento de revoltas e confrontos, que enfrentamos diariamente em nossas vidas, seja com os outros, com as tarefas que temos que cumprir ou simplesmente com nós mesmos. Na terceira parte, para mim uma das mais tocantes da música, tem a minha estrofe favorita, um verdadeiro hino para quando as coisas realmente pegam "Não me entrego sem lutar, tenho, ainda, coração, não aprendi a me render, que caia o inimigo então". Essa parte fala de vencer obstáculos, de seguir em frente, de ter força, de não se deixar abater. De não desistirmos, de não nos entregarmos, de seguirmos sendo fortes. Eu, particularmente, acho este trecho simplesmente lindo. Por fim, a quarta e última parte da música termina com otimismo e confiança de que tudo o que lutarmos terá valido a pena: "E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar. E até lá, vamos viver, Temos muito ainda por fazer, Não olhe pra trás, Apenas começamos. O mundo começa agora, Apenas começamos." E assim seguimos, a vida continuará, e toda a nossa batalha terá, de alguma forma, valido a pena. Alguma coisa devemos ter, certamente, aprendido com nossas vidas. Não adianta nada lamentarmos o que se passou, temos que encararmos o presente vivendo, da melhor forma possível. E o ciclo continuará, cem cessar. Um eterno retorno, como diria Nietzsche. Afinal de contas, "Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão..." Eu sou, com toda a plenitude do meu ser.

Eis a letra na íntegra e o vídeo da música para encerrar a postagem:

Metal contra as Nuvens

Composição: Dado Villa-Lobos/ Renato Russo/ Marcelo Bonfá

I

Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.

II

Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão...

III

É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.

IV

- Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.

2 comentários:

  1. Amo essa música e significa muito pra mim também.

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  2. gostei muito do seu comentario inclusive mim indentifico muito com vc,pra mim suas palavras foram perfeitas.grande abraço

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