sábado, 15 de maio de 2010

Dilemas de uma consumidora de fast-food



Sumi... Minha vida anda ultimamente tão corrida que mal consigo tempo para respirar... A correria do dia-a-dia me sufoca e me aprisiona. O dia começa e me envolvo em uma tarefa e em outra e em outra... e quando vejo já acabou, já se passou o dia, já se passou uma semana, já se passou um mês... E assim a vida segue, amanhã vou acordar de novo e sair para estudar, trabalhar e ir à luta pela vida.
Vinte e quatro horas tem o dia. Mas só?! Atualmente sou defensora de um dia que tenha no minimo trinta e duas horas... Daí a gente percebe que o grande bem, o grande produto da era que estamos inserido é justamente esse: tempo. Tudo o que pode nos oferecer rapidez e eficiência nos atrai, tudo o que pode nos poupar esforços e facilitar a nossa vida. Compramos equipamentos e bugigangas tecnológicas que nos prometem um pouco mais de rapidez nos processos do cotidiano e nos permitem trazer o que em troca? Ele mesmo, o tempo.
Vivemos atualmente em um mundo constante em que tudo é um verdadeiro fast-food. Precisamos de comida rápida, precisamos de um trânsito eficiente, de uma internet banda larga hiper veloz, de ligeireza e agilidade. Mas será que toda essa loucura contemporênea, que toda essa corrida pra não-sei-o-quê vai nos levar a algum lugar? Será que essa é a evolução que nossa humanidade quis? Será que a geração do século XXI vai realmente viver ou vai passar pela vida correndo, sem sequer ter vivido um único minuto?
Tenho medo às vezes de ter vivido minha vida inteira correndo, sem tempo para apreciar as coisas que realmente importam. Um sol se pondo, um filme desses da Sessão da Tarde que tratam de assuntos bem bobinhos, um chimarrão, um bom livro... essas coisas que aparentemente parecem tão inúteis mas que na verdade são o que realmente valem. São o que podem me tirar deste mundo louco de instantaneidade e fugacidade. Vivo correndo, estou sempre atrasada, trabalho demais, tenho obrigações demais, mas não quero ser pertencente a este mundo. Quero e preciso de um mundo paralelo, para onde eu possa fugir de vez em quando e me esconder das exigências de tantas obrigações.

"Quero assistir ao sol nascer

Ver as águas dos rios correr

Ouvir os pássaros cantar

Eu quero nascer, quero viver..."

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